sexta-feira, 26 de março de 2010

As três Graças



As Três Graças nasceram da união entre Zeus e Eurínome, filha do Oceano.

Eram jubilosoas, as companheiras e aias sempre jovens de Afrodite.

Delas emana o deleite com a vida e a fruição da arte, da música e do amor.

Seus nomes eram Tália (a que traz flores),

Aglaia (brilho e esplendor) e

Eufrosine (júbilo e alegria).
Zeus teria atribuído dons especiais às "Cárites",

três Deusas do séquito da carismática-mor, Afrodite, Deusa do amor e da beleza.

A função do trio era animar os banquetes.



Possuíam a graça dos movimentos, pois eram Deusas da dança e dos modos,

sendo ainda, sempre gentis e educadas.

Também eram Deusas da graça do amor.

Elas cuidavam de Afrodite e a adornavam quando de suas incursões sedutoras,

vestindo-a e arrumando-lhe os cabelos.

Nas primeiras representações plásticas, as Graças apareciam vestidas;
mais tarde, contudo, foram representadas como jovens desnudas, de mãos dadas;
duas das Graças olham numa direção e a terceira, na direção oposta.
Esse modelo, do qual se conserva um grupo escultórico da época helenística,
foi o que se transferiu ao Renascimento e originou quadros célebres como "A primavera",
de Botticelli, e "As três Graças", de Rubens.
A estas amáveis divindades nunca faltou templos e altares,
principalmente em Elis, Delfos, em Períntio, em Bizâncio, etc.
Elas partilhavam também das honras que nos templos comuns se rendiam ao Amor,
á Afrodite e às Musas.
O santuário de sua adoração, na Beócia, tinha três pedras que, segundo se dizia, haviam caído do céu (meteoritos ou aerólitos).
O poeta heleno Hesíodo (sécs. VIII ou VII a.C.) «catalogou» as três filhas (as Cárites de belas faces, deusas da fertilidade, do encantamento, da beleza e da amizade). Com o tempo, passaram também a representar a conversação e os trabalhos do espírito e sob essa concepção foram pintadas por Rubens (1577-1640) como as virtudes do saber, dar e receber.
Na Idade Média, as três artes liberais básicas nas universidades (gramática, retórica e lógica, o chamado trivium) estavam com elas relacionadas.
Um provérbio grego conta que a primeira taça de vinho em um banquete pertencia às Graças; a segunda, à luxuriosa Afrodite; e a terceira era regida pela deusa Ate, a personificação da loucura, da cegueira moral, da enfatuação, da discórdia e do conflito.
Os seus símbolos eram a rosa, o ramo de mirto e um par de dados.

Das Graças, nós herdamos expressões como "ficar em estado de graça" e ansiamos desde aí pelas "graças de Deus". Herdamos também o anseio de reunir numa palavra esse estado de beleza e alegria que, embora sendo dádiva ou presente divino é fruto de um esforço humano.
Elas dispensam as homens não somente a alegria, a igualdade de humor, mas ainda a liberdade, a eloqüência e a prudência.
As Cárites ou Graças operam arquetipicamente em nós como forças que promovem impulsos dirigidos para beleza e para plenitude de expressão. Encontramo-las na nossa consciência sempre que tentamos fazer uma obra de arte a partir do nosso eu interior manifestando-o exteriormente no mundo.
A dádiva das Graças, dá mais sabor a nossas vidas e nos faz sonhar, além de inspirar os nossos pequenos afazeres humanos, transformando-os em pequenos milagres.
Quando estamos em "estado de graça", o espírito das Três Graças está conosco de uma forma peculiar e miraculosa, diferente de tudo que acontece nas nossas vidas cotidianas. Isto porque, no Reino do Amor não existe competições, não existe possessividade ou controle. Quanto mais amor se distribuir, mais amor se terá. O ritmo secreto do universo é o Amor, que move as estrelas e os planetas. O amor é a origem, o centro e o destino de nossas experiências.
Mesmo sem motivo, mesmo sem razão, relaxe, levante os cantos da boca e dê um sorriso. Só isso já é capaz de fazer nosso cérebro mudar de direção e prestar atenção na passagem suave e cheia de encanto das Três Graças pelas nossas vidas.